Love Story

“Todos os actos se resumem à insignificância de um ser humano...” Era a frase que percorria os seus “sentimentos”, enquanto relembrava todo o sucedido. A agonia do tempo perfurava-lhe o peito e a impotência congelava as suas veias. Sentia uma dor, tão funda como se tivesse sido engolida por um mar de punhais afiados que lhe cortavam a pele.

Tudo o que a rodeava ia perdendo a suave esperança da cor. Tentava alimentar-se das réstias de lembranças que possuía, contudo sentia a cabeça a pulsar, aquela dúvida atormentava-a mais do que alguma fez o tinha feito …. Estava perdida, sabia-o. Podia ver a Loucura no seu próprio olhar, chorava como uma criança, ao invés de pedir o colo da mãe, Suplicante, pedia a escuridão!

Os suspiros vão quebrando a sua respiração. Dói e não sabe dizer onde. Vê uma cortina de nevoeiro irreal. Não sabe onde ir. Não sabe se quer ficar! Percorre caminhos incertos, vagueia por uma mente que não parece a sua, busca por algo que não conhece, repudia aquilo que encontra … Anda sem destino e esquece as horas.

O tempo finalmente falece, mas não como devia ser. Parou no lugar errado e num espaço indevido. Atrás ou a frente deixou de importar. O relógio funciona sempre mal. Tudo é sempre o mesmo, só mudam as faces e os lugares.

Chove e não sente. A água percorre a face dela, será só chuva? Agarra a esperança o quanto pode, mas a dor estilhaça a luz das estrelas. Implora e as nuvens enclausuram a lua. Doem-lhe os pés, é tarde demais para parar, continua… As suas pernas tremem mais a cada passo e a visão começa a ficar entorpecida. A dor entranha-se no seu corpo e ela fica feliz. Finalmente a alma teve descanso (pensa ela antes de desfalecer).

Acorda, e o Mundo como o conhece desapareceu. O Céu brilha em tons avermelhados, consegue ouvir o som dos pássaros, e vê o azul do mar. Sente um calor aconchegante. Ele segura-lhe a mão. Deseja ficar Imóvel naquele momento. Fecha os olhos e a dor cessa tal como a sua respiração… Ele chora… Para além dos seus soluços convulsivos, somente se ouvia um outro som: “She’s Gone. Came back to my arms. Forgive me, Girl!” que provinha de um pequeno rádio que jazia na pequena cómoda do Hospital, mesmo ao lado do ramo de flores que ele havia trazido para ela.

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