[Poema] Espectro

Espectro


No chão sujo, calejada,

Na poeira, assustada,

Olhando a janela embaciada,

Vejo o espectro na calada.


Sinto o cheiro da sua podridão,

Afunda-se o meu coração.

Rezo na escuridão

Por alguma salvação.


Os seus gritos ensurdecem,

Até as cortinas empalidecem.

As minhas súplicas crescem,

As minhas certezas desaparecem.


O espectro flutua até mim.

Sinto o sabor do fim...


Rastejo sem saber onde ir.

As minhas pernas não querem ouvir.

Ele não pára de me seguir.

Sinto dor sem ter como sentir.


Abrem-se feridas no meu corpo.

O espectro fez mais um morto.


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