Outono disfarçado

Num passeio por um jardim perdi-me em pensamentos vãos. Pestanejei e o sol tornou-se num Raio Lunar e as flores em folhas acastanhadas.
Assustei-me com a mudança e apeteceu-me chorar.
Mil pensamentos percorreram-me a mente e só me consigo lembrar de um : quem é a covarde que se perde no Verão e espera que a encontrem no Outono?
Derrepente avistei alguma coisa. Era uma mão cravada de saudade.
Hoje dou por mim a pensar como é que pude ver tal coisa, afinal: a saudade não pode ser cravada, a saudade sente-se e só é visualisada em lágrimas.
Após 100 anos percebi que nesse dia não me perdi e que o Verão não passou a Outono. Tudo foi um reflexo das lágrimas que não quis derramar.

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