Palavras doridas

Há palavras que magoam mais que outras, não propriamente pelo tom em que foram proferidas, pelo olhar de quem as pronunciou nem tão pouco pelo seu significado. Podem até ser palavras vãs, escritas num guardanapo de papel desde que a pessoa que as escreveu tenha um efeito avassalador sobre alguém.
Lágrimas podem dançar pela face de quem desprotegidamente leu ou ouviu alguém a quem não se pode chamar porque é alguém que não existe da maneira como é concebido. Mesmo assim, as lágrimas teimam em fazer um desfile de injustiça...

Palavras também podem magoar quem as diz, e aí tornam-se doridas e senhoras de mágoa. Quando um ser, consciente ou inconscientemente, se magoa com o que diz ou escreve precisa de abandonar as suas concepções anteriores, varrer memórias, ânsias, desilusões e a raiva e abrir os olhos pela primeira vez. É nessa altura em que o Renascimento (do ser e não aquele da Idade Média) tem lugar, é aí que o olhar se entreabre e finalmente vê o Mundo...



Tudo o que se perdeu foram concepções de mágoa, precipitadas e estereotipadas...

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