Depois d' Tudo


Na maior pureza de palavras que da minha boca já se evadiram declaro que me sento e desvaneço.
Contraditoriamente ao prelúdio, digo que faço e faço ainda mais, mesmo que a minha crença seja contrária. Sempre me imaginei de uma forma, mas vejo-me forçada a esboçar um não eu em mim! Assim, faço as tais tarefas que sempre pensei dispensáveis e se as faço não é por dever, é por amor e para esquecer... Desesperadamente vejo o amontoar de novas coisas e eu sem vontade faço coisas e deixo as mais importante por fazer...
Apesar de querer lembrar a tua juventude aventurosa, tudo o que transpareço é o teu sorriso triste, o teu rebaixar ao mundo. Tudo o que se vê não sou eu e nem tu, sou eu sem ti ...
Perco-me mais do que sempre, irrito-me e faço de conta que ainda sei rir. Depois escondo-me e, desço ao momento, a um viver arrastado.

Quero dormir acompanhada, mas não consigo porque analiso a cada segundo a respiração da companhia, quero dormir sozinha para poder chorar, mas não choro por não ter coragem suficiente. Quando adormeço em breve acordo, assombrada por ainda te poder ver em sonhos e por não ser da forma que gostaria.
O pavor alastra-se e o mesmo rumo tem a aparência de coragem!
Quero homenagear-te, no entanto acabo por estrangular a tua memória na lembrança de um minuto lento de horror...


Fotografia de: totaleclipse em: http://www.fotosensivel.com/modules.php?name=coppermine&file=displayimage&album=onesec&cat=0&seesec=2&pos=73

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