Assim devia ser

Balançando na correnteza resplandecente, ao som cunhador do vento celeste estão as crianças a brincar na bravura de titãs.Soltam-se os animais imaginários, pedra a pedra encimam-se os castelos de fadas, transformações  nas personagens e assim se faz um livro de histórias.

Passeiam-se as mãos dadas pelo amor, aproximam-se a química de lábios, as descobertas a céu aberto das pouco voluptuosas formas do outro ser. Enquanto são repudiados os momentos imaginários, vive-se na busca do real, a vida num fogo, queimante, sem perder tempo, tudo para absorver antes que a hora chegue.
A hora chega, tanto por fazer. Começa o saudosismo e começa a construção. Agora eu e tu e mais ninguém, depois mais a nós se juntam. Precisamos de um dia de cada vez, dá-me amor, dou-te amor. Cuida-os, são nossos, são nosso fruto no mundo. Trabalha, é o que fica, isto aqui, isto ali, ah... nossa casa.
Mais perto da paz, mais perto da calma, histórias começam a sair da memória e a ser palavreadas. Olham-nos em silêncio, absortos. Com pena? Estamos no auge ou na decadência? A Sabedoria começa a mesclar-se com a falta de memória, a agilidade de ficar sentado toma conta. Ah que lindo ver o que construímos, medo de não ver tudo, medo de não estar lá. O medo passa na fugaz contemplação dos dias ocupados das nossas criações.
Capas e folhas amareladas pelo Sol, pelo calor de uma infância que há muito acabou. Ficam as batalhas de cavaleiros e dragões e os resgates das princesas na mente, na memória, na pele.
Escuro ou Luz? Paz sem fim.



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